Paciente do Ritinha Prates, pai e irmã se reencontram após mais de 30 anos

Família de Roraima reconheceu usuário do hospital neurológico por meio de fotos da página da entidade, no Facebook

A história de Junior César Dias do Prado, hoje com 37 anos, difere das demais por vários motivos. Portador de uma síndrome mental profunda, Juninho, como é conhecido, está internado no Hospital Neurológico Ritinha Prates de Araçatuba desde a década 1980. Em 1984, seu pai, sem estrutura financeira para cuidar do filho, que a mãe deixou com ele, o internou na instituição. Desde então, essa tem sido a única família do rapaz.

Essa história ganhou um capítulo mais do que especial ontem (2). Não só para Juninho, mas para todos que trabalham no hospital e conhecem a história de superação dele. Hoje, apesar da deficiência, ele realiza muitas atividades sozinho. A situação é bem diferente de quando chegou à entidade. Mais de 30 anos depois, Juninho pode, finalmente, reencontrar o pai, Darci Dias do Prado, e ainda conhecer a irmã, Daniela Costa do Prado. Essa foi a primeira vez que Daniela viu o irmão. Isso porque, quando ela nasceu, Juninho não morava mais com a família. O reencontro emocionante só foi possível graças a página do hospital no Facebook e a uma outra irmã, Regina Prado, que mora em Campo Grande (MS).

Foto

Em 2001, Regina esteve no hospital para visitar Juninho e postou uma foto no Facebook. "Foi aí que passei a seguir o hospital Ritinha Prates e a deixar algumas mensagens", explica Daniela. Foi quando, em uma dessas publicações, Daniela viu uma pessoa que lembrava muito o seu irmão. "Comparei com a foto que minha irmã havia tirado e vi que era a mesma pessoa. Vi que ele era realmente meu irmão".

Para ter certeza, Daniela, então, mostrou a foto ao pai, que não teve dúvidas em afirmar que aquele rapaz era seu filho. "Eu tinha muita vontade de rever meu filho. Pra mim é gratificante poder ver que ele está bem, bem cuidado", afirma Prado. "Foi um presente de dia dos Pais adiantado", completou.

Desde quando Prado internou Juninho hospital, o pai só o visitou por duas vezes. "Na época, eu trabalhava para um senhor de Araçatuba que tinha fazenda em Mato Grosso do Sul. Inclusive foi ele me falou sobre o hospital. Depois estive aqui por umas duas vez. Mas acabei voltado para Roraima e nunca mais pude ver meu filho", disse. Além da distância entre as duas cidades, o pai de Juninho explicou que a situação financeira também colaborou para dificultar o reencontro.

Família

Segundo a assistente social do hospital, Ivanesse Fernandes, o contato do usuário com a família é importante, principalmente, para ajudar na recuperação. "Nosso trabalho aqui é fazer com que esse vínculo familiar não se rompa. A família é a base de tudo. E o que aconteceu aqui é maravilhoso. Pegou todo mundo de surpresa. Foi uma grande emoção para nós", disse a assistente social.

Hoje, o hospital tem pelo menos outros quatro casos semelhantes ao de Juninho, ou seja, que o usuário não teve mais contato com a família após a internação. "Quem sabe, a partir da divulgação desse reencontro outros possam ocorrer", finalizou Ivanesse Fernandes.


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